terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Papai Noel em ritmo de frevo

Recife é a capital do frevo, mas no Natal pode ir dançar a cadência nas ruas dos bairros de Pajuçara e Ponta Verde, em Maceió. Há alguns anos, uma banda patrocinada por fiéis de uma igreja Católica local sai pelas ruas arrastando moradores da área. São canções de Natal em ritmo de frevo, num desfile que conta com aplausos e acenos do alto de janelas e portas de prédios e casas na área. Então vai em ritmo de frevo também o meu Feliz Natal!!!!

O supermercado que virou Quartel da PM

Pesquisando sobre a história do Rio São Francisco acabei descobrindo que Delmiro Gouveia, o pernambucano responsável pela instalação da primeira hidrelétrica no São Francisco, por volta de 1913, foi também quem criou o primeiro supermercado da América do Sul. E esse supermercado é hoje o atual Quartel da Polícia Militar de Pernambuco, no Derby.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Boi Bumbá, samba e frevo numa nota só!

Em Manaus, na ilha de Parintins, no rio Solimões, a 420 km da capital, acontece a maior manifestação folclórica da Amazônia, quando a cidade se divide em Azul e Vermelho - as cores dos bumbás CAPRICHOSO e GARANTIDO. O evento reúne mais de 40 mil pessoas, anualmente, de várias regiões do País e do mundo, no mês de junho. Mas é atração turística seis meses antes, quando as sextas-feiras, de janeiro até junho, acontecem os ensaios para os três dias da tradicional festa.

No Rio, as rodas de samba são a grande atração da cidade pelos bares e ruas, juntamente com os ensaios das escolas de samba nas respectivas quadras. As iniciativas atraem, durante todo o ano, turistas de todas as partes do mundo, que se multiplicam no Carnaval e na Sapucaí conferem e participam do desfile das grandes escolas num evento de mídia internacional, vale ressaltar.

Esses são exemplos de que não é importando simplesmente outras manifestações culturais, chegando até mesmo a desprezar a sua própria, que se espalha desenvolvimento sócio-cultural em nenhum lugar do mundo ou se tem a oportunidade de gerar emprego e renda para a população. Essa última é característica de
qualquer iniciativa de rua, com um mínimo de organização e boa divulgação e não propriedade ou privilégio do extinto (amém) Recifolia.

É oportuno dizer que, quando da sua existência, o Recifolia serviu para desqualificar a nossa cultura com a instalação de cordões de isolamento nos blocos pela avenida Boa Viagem afora - criando um apartheid social nunca visto em Pernambuco, em se tratando de folia, de festa do povo. Além de claramente escantear o frevo, hoje Patrimônio Imaterial, declarado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Tomemos outros exemplos e façamos nesse caso do Boi Bumbá, do samba e do frevo uma nota só, por questão de respeito, de princípios, e de visão estratégica por que não? Afinal, santo de casa faz milagre sim, basta não ficar de braços cruzados.



terça-feira, 20 de novembro de 2007

Pernambucano nascido na Bahia

Veio vestido da cara do dono o samba enredo da Mangueira que, apesar da homenagem ao frevo pernambucano, na letra só cita Recife, Recife, Recife. Como não é mais novidade para ninguém, a iniciativa da Mangueira responde aos 3 milhões de reais destinados pela Prefeitura do Recife para o desfile da Escola no ano vindouro. Assim a Mangueira paga bem ao fiador.

De acordo com o bom e velho Aurélio, marketing é o conjunto de estratégias e ações que visam a aumentar a aceitação e fortalecer a imagem de pessoa, idéia, empresa, produto, serviço, etc., pelo público em geral, ou por determinado segmento desse público”. Nesse caso, vale o reconhecimento da competência da atual gestão do Executivo Municipal ao apostar suas fichas na dimensão internacional que tem o desfile da Sapucaí, com um retorno de mídia espontânea grandioso.

Leve-se em consideração que em ano eleitoral não é nada mal levantar a auto-estima da população, imagine então se a Mangueira chegar lá no pódio. Essa, uma estratégia, sem dúvida, que amplia também o carisma de uma gestão marcada, na área da cultura, por ações de incentivo as manifestações locais - no São João criou o evento de abertura com o arrastão de sanfoneiros pela ruas do Recife Antigo e no Carnaval criou o conceito de festa multicultural que chega, inclusive, a periferia da cidade, dentro de uma lógica de democratização que tem merecido reconhecimento público.

Pena que não tenha sido um frevo de Getúlio Cavalcanti ou do mestre Capiba, ou ainda de Alceu Valença, Jota Michelis, o escolhido para servir de referência a melodia do samba. E sim de um baiano chamado Moraes Moreira, diga-se de passagem aliado da nossa cultura. Uma pisada na bola dos mangueirenses ou da equipe de João Paulo que tanto viajou ao Rio de Janeiro para acompanhar de perto a escolha do frevo, quero dizer do samba enredo? Vai ver se preocuparam tanto com a letra que esqueceram o resto, tão importante quanto.

Será que os compositores da Mangueira não acharam graça em nenhum dos nossos de raiz? Capiba, por exemplo, bem que merecia uma homenagem desse porte não? Mário Melo, Raul Moraes também não? Leite derramado, só resta o discurso "estratégico" de que Moraes Moreira é pernambucano nascido por acaso na Bahia e nem por isso vale menos. Se colar, colou! Vai no frevo ai gente!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Letra do samba enredo


"Ao som de clarins
Descendo a ladeira
Sou Mangueira
Tem frevo no samba, deu nó na madeira orgulho da cultura brasileira
A majestade é o povo, sem o povo história não há estende o brasão, reflete o leão, símbolo de garra e união


Capoeira invade os salões Mascarados, despertam Dragões E pelas ruas, vem Zé Pereira, Arrastando a multidão Nascia o frevo contagiando toda a massa
E até hoje tem colombina e seus amores
Passo no rancho das flores
O profano é sagrado no maracatu
Nos cem anos de história, desperto a alvorada
Brincando no Galo da Madrugada

Invade a cabeça, o corpo, embala os pés
Delírio da massa, um fervo!
É a Mangueira no passo do frevo
Voltei de sombrinha na mão.
Sonhando em gritar é campeão.


Mandou me chamar, eu vou Pra Recife festejar Alegria no olhar, eu vejo É frevo, é frevo, é frevo "


(Lequinho, JR Fionda, Francisco do Pagode, Silvão e Aníbal)

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Niemayer atrai polêmica não só no Recife

Pelo visto, o arquiteto Oscar Niemayer atrai polêmica. Na Espanha, projeto doado a Oviedo, capital da Província de Astúrias acabou sendo transferido para Avilès, situada na mesma província, por questões políticas, segundo a BBC Brasil. Confiram:

Espanha aprova construção de centro cultural de Niemeyer


Anelise InfanteDe Madri


A prefeitura da cidade de Avilés, no norte da Espanha, aprovou nesta quinta-feira a construção de um centro cultural projetado por Oscar Niemeyer – a primeira obra do arquiteto brasileiro no país.
O Centro Cultural Internacional Niemeyer de Avilés, orçado em 30,5 milhões de euros (aproximadamente R$ 80 milhões), será o maior complexo cultural da Espanha, ocupando um terreno de 222 mil metros quadrados.
A Prefeitura informou que as licitações para a construção acontecerão no próximo mês. A previsão é de que as obras se iniciem em março ou abril de 2008 e sejam concluídas em dezembro de 2009.
O governo espanhol quer que o arquiteto brasileiro, que faz cem anos no mês que vem, esteja presente à cerimônia de colocação da primeira pedra do Centro, que será a sede permanente da Bienal de Arquitetura Ibero-americana.
“É um compromisso que ele (Niemeyer) assumiu conosco e uma honra para todos nós. Seu projeto criou um entusiasmo imenso e o vemos como o nosso Guggenheim, uma vez que já o batizaram de Guggenheim da arquitetura”, disse o prefeito de Avilés, Santiago Rodríguez Veja.
Doação
A idéia do centro cultural foi dada pelo próprio Niemeyer. O arquiteto doou um projeto à Fundação Príncipe de Astúrias, instituição que oferece uma premiação anual em diversas categorias a personalidades internacionais.
O presente era um agradecimento, já que Niemeyer foi premiado na categoria Artes em 1989.
Inicialmente, os planos seriam de criar o museu da Fundação em Oviedo, capital da Província de Astúrias.
No entanto, desavenças políticas sobre o local onde o museu seria construído levaram o projeto para Avilés, que também fica na Província.
O Centro Internacional terá, além do museu da Fundação, um auditório para cerca de mil espectadores, três salas para convenções, uma sala de cinema e um mirante instalado em uma torre, de onde será possível ver a baía da cidade.
Também haverá uma praça central para espetáculos e atividades ao ar livre.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Preconceito é preconceito

A carta do Luciano Hulk surtiu efeito.Como dizia o poeta Drumond de Andrade, no meio do caminho tem uma pedra, tem uma pedra no meio do caminho. O desabafo do apresentador, diante da ameaça que sofreu contra a própria vida, por conta de um relógio (não importa se rolex ou não), publicado na Folha de São Paulo, acabou desvendando um obscuro preconceito impregnado em alguns setores da sociedade.

Preconceito justamente daqueles citados ou denominados como defensores dos direitos humanos, da igualdade social, da democracia, da liberdade de expressão. Sejamos claros: Preconceito é preconceito, não importa de onde surge. Assim como ditadura é ditadura, não importa de que lado seja.

O desabafo de Luciano Hulk virou chacota de uma elite. Aquela que não gosta de ser chamada assim, mesmo economicamente, socialmente, e culturalmente inserida no contexto – escolaridade de nível superior, salário médio, moradia garantida e boa, usuária de roupas de marcas, sapatos e tênis idem, frequentadora de eventos culturais de difícil acesso para muitos, adepta de “vícios” digamos caros de bancar. Proporcionalmente falando iguais ao próprio Hulk. Uma irônia pura...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A vitória do NÃO quer dizer SIM

Ao assistir agora à noite entrevista do sociólogo Hugo Acero, que foi secretário de Segurança e Convivência da Prefeitura de Bogotá e atualmente é consultor do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, lembrei de artigo que publiquei no Jornal Folha de
Pernambuco, poucos dias depois do resultado sobre o referendo do desarmamento, em 2005. Nos últimos nove anos a Colombia reduziu em 70% o índice de violência e Hugo Acero, entre outros itens, cita o papel integrado da oposição e governo para atingir tal resultado. Bem, penso que "A Vitória do NÂO que dizer SIM" está
mais do que atual. Confiram:
A vitória expressiva do NÃO no referendo deste domingo, 23 de outubro de 2005, tem o peso político que será revelado no pleito eleitoral de 2006. O resultado não significa tão somente o julgamento do desempenho da atual gestão do Governo Federal, revela a falta de credibilidade porque passam as instituições públicas – Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

É evidente que os postulantes à eleição do próximo ano devem ficar mais do que atentos a essa realidade: devem priorizá-la. É óbvio que, do ponto de vista eleitoral, a cobrança será ainda maior em relação aos atuais integrantes do Legislativo e Executivo porque, logicamente, são eles que têm o poder da mudança, desde já. Portanto, estarão evidentemente ocupando o maior espaço na vitrine de 2006 – positivamente ou não.

A população, em geral, está pouco interessada nas disputas partidárias quando o tema tem a dimensão da perda banal da própria vida. É por isso também que a vitória do NÃO é uma forma de impor na pauta do Governo Federal, como também dos estaduais e municipais, a segurança pública como prioridade, e pelo jeito assim será daqui para frente. Ao menos, é o que sinaliza o resultado do referendo.

Na verdade, a questão da segurança vinha sendo tratada nacionalmente como o patinho feio das políticas públicas sociais, restringindo-se a ação de repressão - apesar dos dados estatísticos em todo o País registrarem a crescente falta de segurança com os agravantes índices de homicídios por arma de fogo. Por isso, cá para nós, é no mínimo sensato que a vitória do NÃO seja compreendida na sua essência e não simplesmente reduzida aos efeitos de uma competente campanha publicitária.

A população quer retorno, respostas objetivas sobre a problemática da criminalidade no Brasil. Não é possível mais enganar a ninguém com discursos vazios porque quando o dilema bate à sua porta o sentimento vibra e, em seguida, a razão vem à tona. O SIM teria vencido se de fato o desarmamento fosse geral e o referendo realizado já sob o efeito de uma política pública de resultados na área. Mas como a realidade é outra, o SIM foi NÃO. Pois, é!

O fato é que agora estamos todos no mesmo barco, em mar aberto. Os tripulantes estão a espera, urgente, urgentíssima, da competência dos comandantes para definir a direção a seguir. Estão todos empenhados na contribuição que podem dar no curso da história, não apenas agora, mas no futuro bem próximo. Isto é, nas urnas em 2006. Não é assim tão simples. Mas também não é tão subjetivo. Criemos o hábito da prática do referendo e quem sabe assim outros indicativos sirvam de lição a todos nós, pessoas comuns, públicas, pobres, ricos, artistas, simples mortais brasileiros.

A vitória do NÃO quer dizer SIM – só que por inteiro e não pela metade. É fato que haverá sempre os oportunistas de toda sorte para tentar deturpar bem dizeres. Mas sejamos otimistas, confiantes e perseverantes naquilo que objetivamente o Brasil precisa, o Brasil deseja, o Brasil merece: a PAZ.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Biocombustível para transporte coletivo

Biocombustível é a bola da vez no mercado mundial.Fuçando, na manhã desta sexta-feira, as últimas notícias na web, conferimos a novidade neste setor, segundo o portal ambientebrasil.
EXCLUSIVO: Deputado federal apresenta projeto de lei para que toda a frota de ônibus no país use biocombustível

O deputado federal Henrique Fontana (PT/RS) acaba de apresentar o Projeto de Lei nº 2.256/07, cuja linha básica é renovar e adaptar a frota de ônibus no país para a utilização de biocombustíveis. Em sua argumentação, ele destaca justamente as vantagens da troca para o meio ambiente, lembrando que os combustíveis fósseis emitem até 78% a mais de gás carbônico.
A idéia é que a adesão aos biocombustíveis se dê de forma gradual. “As empresas terão até dez anos para renovar em 100% a sua frota", explica o parlamentar. Devem se adaptar os veículos de transporte coletivo de passageiros que atuam em âmbito interestadual, interurbano, urbano ou metropolitano, ficando desobrigadas disso as pessoas físicas ou jurídicas que tenham até três veículos. "Tomamos o cuidado de estabelecer essa exceção à regra a fim de não inviabilizar a prestação de serviços por pequenos empresários ou empreendedores individuais, especialmente em localidades menores", afirma Fontana.
Quanto à receptividade das empresas, o deputado alega que várias delas, no país, já operam seus veículos utilizando biocombustível. “São experiências em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, que mostram ser possível toda a frota brasileira utilizar o biocombustível”, disse ele a AmbienteBrasil. “Nosso projeto recém começou a tramitar e, certamente, vamos dialogar com todos os setores, inclusive com as empresas”, antecipa.

Por Mônica Pinto / AmbienteBrasil

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Visite o cliente

No mundo dos negócios um simples detalhe pode ser fatal. Segundo dados coletados pelo Sebrae Pernambuco, muitas empresas quebram por uma simples falta de comunicação permanente com o cliente, que pode ser feita através de uma visita, um e-mail, um telefonema, enfim...Um detalhe que poucos se apercebem ou dão valor. Ai temos que lembrar do velho Chacrinha: "Quem não se comunica se trumbica".

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Meu tempo é hoje

Salve a existência de documentários como "Meu Tempo é Hoje", dirigido por Izabel Jaguaribe - um retrato de Paulinho da Viola, sem dúvida um dos nossos maiores na musica popular brasileira. Assisti com um atraso de quatros anos - a película foi lançada em 2003 - mas não importa, o meu tempo é hoje e o que é bom a gente recomenda hoje, amanhã e sempre. Inclusive, oportunidade ímpar para conferir o talento do mestre violinista César Faria, pai de Paulinho da Viola, que morreu na noite deste sábado último aos 88 anos, no Rio.

A Flor e o Sol

O espetáculo é para a criançada, mas os adultos têm diversão garantida. A Flor e o Sol, em cartaz no Teatro Armazém, localizado no Bairro do Recife (claro, no Recife) merece ser vista. Cenário simples, mas inteligente. Bons atores, bom figurino e texto que faz até gente grande pensar. O arco-iris é a assinautra de Deus e a brisa nada mais é do que aquele personagem fofoqueiro que ninguem admite ser, se parecer, ou coisa que o valha na vida real - o famoso leva e traz, que pode ser do bem mas nem por isso deixa de ser fofoqueiro, sim!!!..

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Alagoas vive momento atípico


Apesar do aumento de 12% no número de trabalhadores formais, a população alagoana não tem muito o que comemorar. Há mais de dois meses os serviços públicos não funcionam e quando funcionam se arrastam: greve na saúde, greve na Polícia Civil, greve dos professores. Na última semana, o Governo Estadual anunciou corte no pagamento de benefícios do adicional noturno e insalubridade. Alega que erros detectados serão melhor apurados e para isso se faz necessário a suspensão do pagamento. Em Maceió, capital do Estado, servidores já reagem ao anúncio com manifestações pelas ruas. Alguns apostam na queda do senador Renan Calheiros, principal aliado do governador do Estado, Teotônio Vilela Filho. A ironia que se escuta nas ruas é que o governador está mais preocupado em salvar o Renan do que o próprio Estado - esteve mais em Brasília apoiando Renan Calheiros no Congresso Nacional, nos últimos dias, do que no Palácio Floriano Peixoto, local do seu gabinete.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Bienal sem "O Amor Não Tem Bons Sentimentos"


Apesar de ser uns dos autores mais respeitados da literatura nacional, quem procurou na Bienal, no Centro de Convenções, nesta terça-feira (09.10) pelo mais novo livro de Raimundo Carrero "O Amor Não Tem Bons Sentimentos", se deu mal e simplesmente voltou para a casa frustado. Consolo foi encontrar o autor, com o gás de sempre, ministrando sua oficina de literatura, no auditório Clarice Lispector, e circulando pela Feira com o carisma que lhe é peculiar.

domingo, 7 de outubro de 2007

Mario Quintana faz a diferença



Dia de sol, domingo, que ótimo! Nessa leveza vou ao "Encontro Marcado com Mário Quintana" (Livro de Araken Távora -1986). Para um domingo bom de verdade os dizeres do eterno, irônico e doce poeta fazem a diferença e ainda bem que o tenho sempre por perto. (A imagem ao lado è o próprio em Porto Alegre; RS, 1986, por Liane Neves - Acervo Centro de Memória Bunge).


"Eu sempre me apaixonei, mas paixão é incompatível com o amor...O apaixonado é ciumento, insuportável...O amor é um sentimento diferente, o amor é vivido a dois, sem conflitos..."


"Sempre que me perguntam por que nunca me casei, respondo com uma piada boba, mas essa piada, às vezes, causa efeito: digo que prefiro ser a esperança de muitas do que a desilusão de uma só..."


"A solidão é uma coisa necessária. É uma coisa do temperamento, não é? Eu não posso ficar muito tempo numa reunião, me dá vontade de sair. De vez em quando sinto necessidade de estar sozinho. Não que a minha companhia seja grande coisa, mas é a necessidade de estar sozinho".


Entre uma e outra prosa com o autor, Mário revela, ainda, ter se alistado como voluntário para seguir Getúlio Vargas, em outubro de 1930, quando deflagrada a Revolução - integrou-se ao Sétimo Batalhão de Caçadores, no Rio de Janeiro. "Por ordens do comandante Nascimento eu fazia o diário da tropa. Eu floreava! Era por encomenda...". Tempos depois, Mário volta a Porto Alegre e vai trabalhar na redação do Estado do Rio Grande, que, por ironia do destino acaba sendo fechado por determinação de Vargas.

"No céu é sempre domingo"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pérolas da Fliporto

Enfim, a Fliporto não foi só desorganização, como já dissemos no domingo passado. Contou com o brilho, a competência, a inteligência e o conteúdo impagável dos seus convidados ilustres, entre eles Ariano Suassuna, Agualuza, Raimundo Carrero e Zuenir Ventura. Confiram algumas das pérolas que tivemos a oportunidade de ouvir desses senhores durante o evento em Porto de Galinhas, no último final de semana.

Dom Quixote, segundo Ariano Suassuna

Ariano Suassuna foi enfático ao defender o famoso e clássico personagem Dom Quixote das críticas de um jovem escritor, segundo ele, que o classificou (Dom Quixote) como um egoísta. Para Ariano, pode-se dizer tudo de Dom Quixote, menos que foi um egoísta. Era um ingênuo, impulsivo, alguem que , como herói, só pensava em ajudar o próximo. Às vezes de forma impulsiva, sem nem perguntar se aquela pessoa desejava a intervenção de Dom Quixote, mas egoísta o personagem, segundo ele, não era mesmo.

Segundo Raimundo Carrero

Tenho sido procurado por alunos de jornalismo que descobriram o instrumento do blog, dos sites. Mão vão até as oficinas (literárias) para aprender a escrever e eu não sei porque as universidades esqueceram de ensinar isso a eles.

Segundo Zuenir Ventura

Escrever é horrível, o bom é ter escrito.

Segundo Ariano Suassuna

O Brasil é um país barroco porque, além da herança portuguesa, vieram os negros e os índios. Aliás, na mesma ocasião, sugestão de Ariano:" O Recado do Morro" de Guimarães Rosa.

domingo, 30 de setembro de 2007

Fliporto peca na organização

Sucesso de mídia e de público, a terceira edição da Fliporto (Festa Literária Internacional de Porto de Galinhas), que teve início no último dia 27 e terminou neste domingo, dia 30, pecou no quesito organização, com atrasos significativos e mudanças de datas e horários de última hora. Difícil era obter informação correta dos próprios organizadores no local - um desperdício, inclusive, de farto material de divulgação distribuído no Hotel Armação, local do evento.

O Painel Literatura e Imprensa, previsto oficialmente para iniciar às 15 horas do sábado, começou às 17h. No mesmo dia jornais locais divulgavam alteração da agenda da Fliporto e registravam entre essas o encontro de Raimundo Carrero, Zuenir Ventura e Fernando Moraes, para debater o respectivo tema, às 10h da manhã. Vale salientar que Fernando Moraes não deu o ar das graças.

Quem se programou para assistir a conversa de Raimundo Carrero e o escritor angolano José Eduardo Agualusa, intitulada "Homenagem a África, no domingo, às 11 horas, como constava na programação oficial, e não estava no local do evento no final da tarde do sábado, ficou a ver navios. Ao se despedir do Painel Literatura e Imprensa, Raimundo Carrero tratou de pedir aos presentes que continuassem na sala porque a conversa com o colega angolano seria ali mesmo dentro de alguns minutos - como de fato aconteceu. Segundo ele, Agualusa teria que viajar ainda naquela noite. Mas o escritor angolano fez questão de registrar sua saída de Porto de Galinhas apenas na tarde do domingo (dia seguinte) e afirmar que a alteração na programação, sem aviso prévio ao público, foi decisão dos organizadores do evento.

Na recepção, local de inscrição das oficinas e painéis, apesar da simpatia dos atendentes, o desencontro de informações tornou-se algo "banal". No sábado, à noite, informavam que haveria oficinas no domingo, a partir das 11 horas. Mas na verdade, venderam ilusão aos interessados, pois o informe no domingo por volta das 10 horas era outro: no último dia da Fliporto não haveria mais oficinas.

Para um evento com grandes patrocinadores e tão bem divulgado, com dimensão internacional, atropelos como esses é, no mínimo, desconfortável para quem participa. E ruim para a imagem de uma iniciativa culturalmente tão importante e de repercussão na agenda turística do nosso Estado. Oxalá que, nesse caso, outros ventos batam à porta na sua próxima edição.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

"A Celebridade é um plebeísmo"

Li recentemente que os olheiros para a próxima edição do BIG BROTHER já estão nas ruas...Cá pra nós, não é só o valor do dinheiro, apesar de farto em se tratando de R$ 1 milhão, que leva tanta gente a querer participar e protagonizar cenas da sua "intimidade" simplesmente e se expor ao julgamento alheio como se, corajosamente, dissesse não ter nada a temer. Associado ao dinheiro que resolve muita coisa mas não cura todos os males (ou os males!), vem o "status" da fama e junto com ela a possibilidade de ascender socialmente, ainda que de forma artificial e sem prazo de validade.
Virar celebridade no pé da palavra, segundo o Dicionário do Aurélio, é ganhar notoriedade, torna-se afamado. Infelizmente, creio que se tirassem o prêmio financeiro do BIG BROTHER, ainda assim o programa teria filas de candidatos. O que no fundo revela uma falta de amor a si próprio não? Uma baixa auto-estima, enfim uma carência de afeto mesmo! Algo desesperador...E por que não, uma burrice também? Então, aqui transcrevo alguns trechos do que diz Fernando Pessoa (Obras em Prosa) sobre o tema celebridade.

"Às vezes quando penso nos homens célebres, sinto por eles toda a tristeza da celebridade. A celebridade é um plebeísmo. Por isso deve ferir uma alma delicada. É um plebeísmo porque estar em evidência, ser olhado por todos inflige a uma criatura delicada uma sensação de parentesco exterior com as criaturas que armam escândalo nas ruas, que gesticulam e falam alto nas praças. O homem que se torna célebre fica sem vida íntima: tornam-se de vidros as paredes de sua vida doméstica.
...É preciso ser muito grosseiro para se poder ser célebre à vontade.
...Todo o homem que merece ser célebre sabe que não vale a pena sê-lo. Deixar-se ser célebre é uma fraqueza, uma concessão ao baixo-instinto..."

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O Paraíso fica entre Suape e Calheitas...

As vezes, só olhar já é meio caminho andado!!!

ÓH Glória de ter a Glória como mote


Não é algo comum ver uma estrela nacional, como a atriz Glória Pires, ser tão transparente numa entrevista como a c
oncedida a um programa de TV a Cabo, no último domingo, 09 de setembro. Sem pestanejar disse que a festa do Oscar, apesar do glamour, “é uma chatice”. Contou, num clima pitoresco, que ela e a Patrícia Pilar (outra estrela, não?) ficaram apertadas segurando para ir ao banheiro, na ocasião, porque tinham que optar entre o risco ou não de perder o momento da premiação – na programação não constava a hora da entrega das estatuetas. Pois é preciso, no mínimo, um certo desprendimento do que entendemos por vaidade pessoal para, com elegância peculiar, revelar algo comum “somente” aos pobres mortais, sem, no entanto, vulgarizar a notícia.
Foi assim que me vi presa a tela para acompanhar uma conversa que, na verdade, já peguei em curso – de canal em canal parei neste. A estrela (quero dizer a Glória, a Glorinha para os íntimos, talvez) desfilava objetividade nas respostas. E não se furtou, sem nem ter sido perguntada diretamente, a dizer que já usou, sim, botox, e “que o importante é encontrar uma mão leve”. Alguém pode até perguntar: sim, mas e daí? Não haverá um tema mais interessante para falar do que o que deixou de revelar ou não uma atriz de tv, gloriosa, é verdade, maaasssss....
Mas não é dela exatamente que me proponho a discernir por aqui. E, sim, da sua postura que nem de longe parece travestida da pose – algo tão comum em tempos do consumo pelo consumo - da vaidade e orgulho besta de se sentir grande para esbanjar e não para crescer junto, dividir, somar. Por essas que me atenho à glória de sortudamente numa tarde de domingo parar e assistir a algo que acrescente à reflexão necessária do cotidiano assim de forma tão leve.
Do contrário, penso que resta à maioria da população protagonizar ou testemunhar a guerra dos índices de audiência em torno da miséria humana nos programas de auditório – os quais me dou o direito de não citar nomes – com joguinhos e competições onde o mais pobre, o mais miserável dos participantes, é quem faz a diferença. Ou seja, o “personagem mais endividado, miserável, mais coitadinho, leva a emoção ao público, que por sua vez, comovido, prende-se a tela para ver no que vai dar e, neste momento, garante a maior audiência para o melhor (ou será o pior?) canal de tv. E a gente (opa, os donos dos programas) se “livram” da culpa de explorar esses simples mortais ao efetivar, com a colaboração dos patrocinadores, as doações materiais ao pobre do vencedor. E assim, ver-se passar o domingo na TV.
Reconheço e respeito quem goste e até ache que aí daqueles pobres coitados, os contemplados nos respectivos programas, se não tivessem essa oportunidade. Mas oportunidade é não precisar participar de atividades assim. Não necessitar se expor ao papel do pedinte e receber a esmola que pode ser chique na TV, mas é uma esmola, quiçá, como toda ela, uma grande humilhação. E a dignidade humana fica como? Não se trata de pousar acima do bem e do mal, mas essa realidade não pode passar desapercebida ao se refletir sobre o rotineiro conteúdo do “lazer” brasileiro, na televisão. Quem sabe possamos esperar a TV Pública do Governo Lula preencher o vazio dos momentos de glória às camadas carentes – mote da nossa insurreição por aqui. Tenhamos fé, coloquemos a mão na massa, e vamos esperar. Afinal, é ela (a esperança) sempre a última que morre não? (Publicado no Jornal de Idéias/Editora Comunigraf/Edição de 16 de setembro de 2007)

domingo, 23 de setembro de 2007

Saudações aos bons filhos da pátria mãe gentil

Depois de quatro meses longe, aqui estou de volta. Com saudades...saudades das inspirações que me mobilizam estar aqui, é verdade. Pois, a começar pelo ato "suicida" na semana passada do Senado, quando da absorvição do Renan Calheiros. E ai descobrimos que o Renan é hoje o homem público mais forte do País!!! Encarou tudo e todos, e venceu!!! É quase inacreditável não? Em contrapartida , temos um filme que no mercado nacional está previsto para acontecer em meados de outubro, mas já está dando muito o que falar, que é o Tropa de Elite, direção do físico (agora cineasta) José Padilha. Visto, no entanto, por mais de um milhão de pessoas na base da pirataria ( confesso que sou cúmplice e estou entre esse 1 milhão, ui!!). Porém, confesso que não vou perder a oportunidade do cinema - a sua grandeza merece! Desse filme ainda vamos falar muito, o Brasil inteiro, tenho certeza. Até lá saudações aos bons filhos da nossa pátria mãe gentil.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Anúncio

Por motivos técnicos, ecléticos, ecumênicos...a atualização do blog está suspensa. Esperamos a compreensão dos visitantes. Até breve!

terça-feira, 1 de maio de 2007

Lixo para que te quero

Na oportunidade em que todos se voltam para a questão do meio ambiente, inclusive, no Dia do Trabalhador, com lideranças priorizando o tema em detrimento dos tradicionais debates da distribuição de renda e direitos trabalhistas, não fiquemos omissos e tratemos, pois, de dar a nossa contribuição também. Então, vamos lembrar do lixo ai genteeeeee!!!!!!!!! Confiram o tempo de absorção pela natureza, segundo Agência de Desenvolvimento Educacional e Meio Ambiente:

Orgânico - de 3 a 6 meses

Papel - de 3 a 8 anos

Plástico - 450 anos

Metais - de 2 a 5 anos

Radiotativo - tempo é incalculável

Vidro - mais de milhão de anos

domingo, 29 de abril de 2007

Alcool versus cigarro

Embora o consumo abusivo do álcool, ou melhor, o alcoolismo, seja reconhecido como doênça pela Organização Mundial de Saúde, o preconceito para quem vive esse drama ainda é incalculável – seja no ambiente de trabalho ou na própria família. Sem contar que planos privados de saúde não a incoporam nos benefícios ao segurado. Fato que eleva ainda mais a gravidade de quem adquire o “vício”.
Espera-se que decreto em curso, tratando do assunto, pelo Governo Federal, previsto para ser assinado pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, na próxima semana, disponha, de fato, de novas ações preventivas e oportunidades de recuperação para portadores de tão grande mal. Disponha, ainda, de melhorar o acesso e a qualidade do tratamento.
No Brasil, em relação ao cigarro, não se vê em proporções iguais ações de combate a esse consumo crescente e estatisticamente responsável pelo maior número de acidentes no trânsito com vítimas. A exemplo do cigarro, campanhas de conscientização são importantes mas devem ser associadas a outras iniciativas de maior rigor no controle de consumo e venda. Por que não?

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Grita Brasil

Quando pensamos em violência, temos que pensar na prevenção e na punição. São duas vertentes que se cruzam e, portanto, inerentes entre si. Mas uma não precisa esperar pela outra, embora o ideal é que caminhassem unidas, em harmonia. Do contrário, que uma das duas tome a frente...Assim a redução da idade penal de 18 para 16 anos, aprovada pela Comissão de Justiça do Senado, se justifica.
Não será a redução penal o remédio fatal para acabar com a violência. Mas é um mecanismo que deverá apresentar resultados e atender os anseios imediatos de uma sociedade que vive o medo de uma guerra civil “mascarada”. Afinal, há alguns anos atrás decisão semelhante não faria sentido, seria uma atitude do nada. Mas, há alguns anos atrás não tínhamos na escalada dos crimes hediondo (diga-se de passagem) a presença intensa de menores de 18 anos. Ou tínhamos? Então tá: a Lei deve se adequar à realidade do tempo tendo a essência mantida na sua própria razão de ser - no caso, a punição.
Entremos na esfera do Judiciário. Quem discorda de que nesta é preciso colocar o pé no acelerador? Justiça lenta leva a impunidade...Pois, mudança é a palavra da hora. Mudança de forma, rumo, e estratégia. Não para agradar platéias, mas para se cumprir deveres. Os opositores a aprovação do Projeto na Comissão de Justiça do Senado que intensifiquem iniciativas preventivas nas suas esferas de atuação. Pautem e criem mecanismos ágeis para que atitudes aparentemente mais radicais, mesmo dentro dos parâmetros constitucionais, sejam ou tornem-se descabidas, de fato.
O assunto é sério, polêmico, e merece total atenção. O tema é uma súplica da sociedade brasileira - refletida recentemente no resultado do referendo do desarmamento, que deu no que deu não por acaso, por falta de compaixão, serenidade ou coisa que o valha....Basta ver as manchetes dos jornais diariamente, andar nas ruas, sentir-se povo...essa é que a verdade!!! Investir na prevenção é o melhor remédio, mas até lá é incompreensível apenas o discurso. Afinal, a melhor forma de dizer é fazer! Confiram e-mail recebido de um amigo:

JORNAL DO BRASIL - - Matador de João Hélio pega 4 meses de prisão
O jovem de 16 anos que, junto com dois comparsas, matou brutalmente o menino João Hélio, foi condenado pela Vara da Infância e Juventude à pena socioeducativa de quatro meses de internação. Passado este período, o assassino será avaliado por uma junta de psicólogos e assistentes sociais, que poderão prorrogar a pena. Indignada com a sentença, a avó de João Hélio desabafou: "Ele vai ficar uns seis meses, sair e matar outra pessoa".
(pág. 1 e Cidade, pág. A10)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Educação presente nos dois versos

No pacote de novas medidas na área de segurança pública, aprovado, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma, em especial, nos chamou a atenção: a Emenda Constitucional 94/2003 que insere o ensino fundamental em período integral a ser implantado gradativamente até 2023. Nos chamou a atenção pelo contraditório do dia, onde, na Esplanada dos Ministérios, professores reivindicavam ao presidente Lula aumento do teto salarial de R$ 850,00, previsto em projeto de Lei ainda a ser votado. Coisas da nossa Nação!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Para levitar

“Contextualização” é um texto que escrevi, despretensiosamente, no ano de 1997, num momento de inspiração peculiar. Ironicamente, hoje, senti vontade de postá-lo aqui ao pensar no peso e caráter eliminatório da língua inglesa nos diversos concursos públicos promovidos pelo Governo Federal - provocada que fui pela notícia de um amigo eliminado justamente na prova de inglês...Ah! Ao pensar no efeito estufa também! Sigam adiante!

Contextualização

Para entender essa nação
Texto perdido
O português mal aprendido
E a história assim, assim,
Não se sabe não

Para entrar na globalização
Falar inglês
Ler em inglês
Na globalização

Para pensar no amanhã
Lembrar de Bill Gates
Santos Dumont e Gutenberg
Mercúrio/Comunicação

Para o progresso acontecer
Semear a terra
Cultivar a fauna e a flora
Entender o grande bem
Para pedir a Deus ajuda
Entender a lei da causa e efeito
Ajudar o outro também.

Chuva sem graça

“O orvalho vem caindo...” diz Noel Rosa em uma de suas belas canções! E a gente lembra dele para citar o drama daqueles que vivem do comércio informal, nas praias urbanas, e sofrem com a temporada de inverno. Dona Josefa Alves de Lima vende ostra há 17 anos nas praias do Pina e Boa Viagem e revela que, neste período, as vendas caem em até 70%. Em casa, o tempo é de comprar fiado o básico: farinha, carne e arroz”. Aqui vale o registro da chuva sem a graça do Noel!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Bola na trave!!

O que deveria ser, logo de primeira, um gol de placa, acabou resultando em bola na trave. Essa é a forma mais simples que encontro para dizer algo sobre a polêmica em que se transformou o projeto de construção do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. E, ao mesmo tempo, traduzir politicamente o impasse no campo decisório em que o prefeito João Paulo e sua equipe se meteram, devido às manifestações contrárias ao projeto iniciadas pelos moradores do Bairro.
Aqui um breve resumo para aqueles ainda desligados do tema: Os mais de 20 mil habitantes do bairro de Boa Viagem e Pina pediam ao Poder Público a construção de uma área de lazer, predominantemente verde e de contemplação. O projeto da Prefeitura, assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, cujo nome dispensa qualquer comentário, no entanto, estabeleceu outros parâmetros para a obra. O ponto crucial foi destinar à iniciativa apenas 40% de área verde. Bem diferente do sonho acalentado há anos, pelos moradores do Bairro, de um Parque com pouco ou quase nada de concreto. Bola na trave, gol adiado, impasse criado.
O gol de placa e de primeira (que seria da Prefeitura) estava a caminho quando, depois de muita negociação com o Governo Federal e de algumas conversas, pessoalmente, com o presidente Lula, o prefeito João Paulo conquistou o apoio do presidente e conseguiu a concessão do terreno, que pertencia a Aeronáutica, para a construção da obra. Mas, por um equívoco qualquer de articulação política, ou coisa que o valha, o discurso da Prefeitura de que o projeto é uma iniciativa de primeiro mundo para um bairro vitrine da cidade, com um modelo contemporâneo e moderno, ainda não encontrou eco na maioria da população.
A polêmica se estabeleceu e tomou grande dimensão. Polêmica que, agora, vai além do impasse estabelecido entre os moradores do bairro, militantes ambientalistas e os agentes da Prefeitura. Tornou-se pauta nas conversas entre amigos, nos diversos pontos de lazer da cidade. E acabou sendo inserida na agenda da Câmara Municipal - ambiente legitimamente partidário. Impossível não pensar em 2008. Afinal, bola na trave leva, naturalmente, a arquibancada à expectativa de quem pegará a bola e a dominará no fim do jogo.
Desde já, portanto, não tenhamos dúvidas de que o resultado da atual polêmica servirá e muito à estratégia de campanha do próximo pleito municipal. Tanto para um lado quanto para o outro: governo e oposição. Afinal, a discussão da obra envolve setores expressivos da sociedade - motivo maior de preocupação para quem estará na disputa diretamente, já que em campanha eleitoral bola na trave é “fatalmente” gol contra. Ou seja, cochilou cachimbo cai!