domingo, 29 de abril de 2007

Alcool versus cigarro

Embora o consumo abusivo do álcool, ou melhor, o alcoolismo, seja reconhecido como doênça pela Organização Mundial de Saúde, o preconceito para quem vive esse drama ainda é incalculável – seja no ambiente de trabalho ou na própria família. Sem contar que planos privados de saúde não a incoporam nos benefícios ao segurado. Fato que eleva ainda mais a gravidade de quem adquire o “vício”.
Espera-se que decreto em curso, tratando do assunto, pelo Governo Federal, previsto para ser assinado pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, na próxima semana, disponha, de fato, de novas ações preventivas e oportunidades de recuperação para portadores de tão grande mal. Disponha, ainda, de melhorar o acesso e a qualidade do tratamento.
No Brasil, em relação ao cigarro, não se vê em proporções iguais ações de combate a esse consumo crescente e estatisticamente responsável pelo maior número de acidentes no trânsito com vítimas. A exemplo do cigarro, campanhas de conscientização são importantes mas devem ser associadas a outras iniciativas de maior rigor no controle de consumo e venda. Por que não?

sexta-feira, 27 de abril de 2007

Grita Brasil

Quando pensamos em violência, temos que pensar na prevenção e na punição. São duas vertentes que se cruzam e, portanto, inerentes entre si. Mas uma não precisa esperar pela outra, embora o ideal é que caminhassem unidas, em harmonia. Do contrário, que uma das duas tome a frente...Assim a redução da idade penal de 18 para 16 anos, aprovada pela Comissão de Justiça do Senado, se justifica.
Não será a redução penal o remédio fatal para acabar com a violência. Mas é um mecanismo que deverá apresentar resultados e atender os anseios imediatos de uma sociedade que vive o medo de uma guerra civil “mascarada”. Afinal, há alguns anos atrás decisão semelhante não faria sentido, seria uma atitude do nada. Mas, há alguns anos atrás não tínhamos na escalada dos crimes hediondo (diga-se de passagem) a presença intensa de menores de 18 anos. Ou tínhamos? Então tá: a Lei deve se adequar à realidade do tempo tendo a essência mantida na sua própria razão de ser - no caso, a punição.
Entremos na esfera do Judiciário. Quem discorda de que nesta é preciso colocar o pé no acelerador? Justiça lenta leva a impunidade...Pois, mudança é a palavra da hora. Mudança de forma, rumo, e estratégia. Não para agradar platéias, mas para se cumprir deveres. Os opositores a aprovação do Projeto na Comissão de Justiça do Senado que intensifiquem iniciativas preventivas nas suas esferas de atuação. Pautem e criem mecanismos ágeis para que atitudes aparentemente mais radicais, mesmo dentro dos parâmetros constitucionais, sejam ou tornem-se descabidas, de fato.
O assunto é sério, polêmico, e merece total atenção. O tema é uma súplica da sociedade brasileira - refletida recentemente no resultado do referendo do desarmamento, que deu no que deu não por acaso, por falta de compaixão, serenidade ou coisa que o valha....Basta ver as manchetes dos jornais diariamente, andar nas ruas, sentir-se povo...essa é que a verdade!!! Investir na prevenção é o melhor remédio, mas até lá é incompreensível apenas o discurso. Afinal, a melhor forma de dizer é fazer! Confiram e-mail recebido de um amigo:

JORNAL DO BRASIL - - Matador de João Hélio pega 4 meses de prisão
O jovem de 16 anos que, junto com dois comparsas, matou brutalmente o menino João Hélio, foi condenado pela Vara da Infância e Juventude à pena socioeducativa de quatro meses de internação. Passado este período, o assassino será avaliado por uma junta de psicólogos e assistentes sociais, que poderão prorrogar a pena. Indignada com a sentença, a avó de João Hélio desabafou: "Ele vai ficar uns seis meses, sair e matar outra pessoa".
(pág. 1 e Cidade, pág. A10)

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Educação presente nos dois versos

No pacote de novas medidas na área de segurança pública, aprovado, ontem, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, uma, em especial, nos chamou a atenção: a Emenda Constitucional 94/2003 que insere o ensino fundamental em período integral a ser implantado gradativamente até 2023. Nos chamou a atenção pelo contraditório do dia, onde, na Esplanada dos Ministérios, professores reivindicavam ao presidente Lula aumento do teto salarial de R$ 850,00, previsto em projeto de Lei ainda a ser votado. Coisas da nossa Nação!

terça-feira, 24 de abril de 2007

Para levitar

“Contextualização” é um texto que escrevi, despretensiosamente, no ano de 1997, num momento de inspiração peculiar. Ironicamente, hoje, senti vontade de postá-lo aqui ao pensar no peso e caráter eliminatório da língua inglesa nos diversos concursos públicos promovidos pelo Governo Federal - provocada que fui pela notícia de um amigo eliminado justamente na prova de inglês...Ah! Ao pensar no efeito estufa também! Sigam adiante!

Contextualização

Para entender essa nação
Texto perdido
O português mal aprendido
E a história assim, assim,
Não se sabe não

Para entrar na globalização
Falar inglês
Ler em inglês
Na globalização

Para pensar no amanhã
Lembrar de Bill Gates
Santos Dumont e Gutenberg
Mercúrio/Comunicação

Para o progresso acontecer
Semear a terra
Cultivar a fauna e a flora
Entender o grande bem
Para pedir a Deus ajuda
Entender a lei da causa e efeito
Ajudar o outro também.

Chuva sem graça

“O orvalho vem caindo...” diz Noel Rosa em uma de suas belas canções! E a gente lembra dele para citar o drama daqueles que vivem do comércio informal, nas praias urbanas, e sofrem com a temporada de inverno. Dona Josefa Alves de Lima vende ostra há 17 anos nas praias do Pina e Boa Viagem e revela que, neste período, as vendas caem em até 70%. Em casa, o tempo é de comprar fiado o básico: farinha, carne e arroz”. Aqui vale o registro da chuva sem a graça do Noel!!!

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Bola na trave!!

O que deveria ser, logo de primeira, um gol de placa, acabou resultando em bola na trave. Essa é a forma mais simples que encontro para dizer algo sobre a polêmica em que se transformou o projeto de construção do Parque Dona Lindu, em Boa Viagem. E, ao mesmo tempo, traduzir politicamente o impasse no campo decisório em que o prefeito João Paulo e sua equipe se meteram, devido às manifestações contrárias ao projeto iniciadas pelos moradores do Bairro.
Aqui um breve resumo para aqueles ainda desligados do tema: Os mais de 20 mil habitantes do bairro de Boa Viagem e Pina pediam ao Poder Público a construção de uma área de lazer, predominantemente verde e de contemplação. O projeto da Prefeitura, assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, cujo nome dispensa qualquer comentário, no entanto, estabeleceu outros parâmetros para a obra. O ponto crucial foi destinar à iniciativa apenas 40% de área verde. Bem diferente do sonho acalentado há anos, pelos moradores do Bairro, de um Parque com pouco ou quase nada de concreto. Bola na trave, gol adiado, impasse criado.
O gol de placa e de primeira (que seria da Prefeitura) estava a caminho quando, depois de muita negociação com o Governo Federal e de algumas conversas, pessoalmente, com o presidente Lula, o prefeito João Paulo conquistou o apoio do presidente e conseguiu a concessão do terreno, que pertencia a Aeronáutica, para a construção da obra. Mas, por um equívoco qualquer de articulação política, ou coisa que o valha, o discurso da Prefeitura de que o projeto é uma iniciativa de primeiro mundo para um bairro vitrine da cidade, com um modelo contemporâneo e moderno, ainda não encontrou eco na maioria da população.
A polêmica se estabeleceu e tomou grande dimensão. Polêmica que, agora, vai além do impasse estabelecido entre os moradores do bairro, militantes ambientalistas e os agentes da Prefeitura. Tornou-se pauta nas conversas entre amigos, nos diversos pontos de lazer da cidade. E acabou sendo inserida na agenda da Câmara Municipal - ambiente legitimamente partidário. Impossível não pensar em 2008. Afinal, bola na trave leva, naturalmente, a arquibancada à expectativa de quem pegará a bola e a dominará no fim do jogo.
Desde já, portanto, não tenhamos dúvidas de que o resultado da atual polêmica servirá e muito à estratégia de campanha do próximo pleito municipal. Tanto para um lado quanto para o outro: governo e oposição. Afinal, a discussão da obra envolve setores expressivos da sociedade - motivo maior de preocupação para quem estará na disputa diretamente, já que em campanha eleitoral bola na trave é “fatalmente” gol contra. Ou seja, cochilou cachimbo cai!