segunda-feira, 29 de outubro de 2007

A vitória do NÃO quer dizer SIM

Ao assistir agora à noite entrevista do sociólogo Hugo Acero, que foi secretário de Segurança e Convivência da Prefeitura de Bogotá e atualmente é consultor do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, lembrei de artigo que publiquei no Jornal Folha de
Pernambuco, poucos dias depois do resultado sobre o referendo do desarmamento, em 2005. Nos últimos nove anos a Colombia reduziu em 70% o índice de violência e Hugo Acero, entre outros itens, cita o papel integrado da oposição e governo para atingir tal resultado. Bem, penso que "A Vitória do NÂO que dizer SIM" está
mais do que atual. Confiram:
A vitória expressiva do NÃO no referendo deste domingo, 23 de outubro de 2005, tem o peso político que será revelado no pleito eleitoral de 2006. O resultado não significa tão somente o julgamento do desempenho da atual gestão do Governo Federal, revela a falta de credibilidade porque passam as instituições públicas – Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

É evidente que os postulantes à eleição do próximo ano devem ficar mais do que atentos a essa realidade: devem priorizá-la. É óbvio que, do ponto de vista eleitoral, a cobrança será ainda maior em relação aos atuais integrantes do Legislativo e Executivo porque, logicamente, são eles que têm o poder da mudança, desde já. Portanto, estarão evidentemente ocupando o maior espaço na vitrine de 2006 – positivamente ou não.

A população, em geral, está pouco interessada nas disputas partidárias quando o tema tem a dimensão da perda banal da própria vida. É por isso também que a vitória do NÃO é uma forma de impor na pauta do Governo Federal, como também dos estaduais e municipais, a segurança pública como prioridade, e pelo jeito assim será daqui para frente. Ao menos, é o que sinaliza o resultado do referendo.

Na verdade, a questão da segurança vinha sendo tratada nacionalmente como o patinho feio das políticas públicas sociais, restringindo-se a ação de repressão - apesar dos dados estatísticos em todo o País registrarem a crescente falta de segurança com os agravantes índices de homicídios por arma de fogo. Por isso, cá para nós, é no mínimo sensato que a vitória do NÃO seja compreendida na sua essência e não simplesmente reduzida aos efeitos de uma competente campanha publicitária.

A população quer retorno, respostas objetivas sobre a problemática da criminalidade no Brasil. Não é possível mais enganar a ninguém com discursos vazios porque quando o dilema bate à sua porta o sentimento vibra e, em seguida, a razão vem à tona. O SIM teria vencido se de fato o desarmamento fosse geral e o referendo realizado já sob o efeito de uma política pública de resultados na área. Mas como a realidade é outra, o SIM foi NÃO. Pois, é!

O fato é que agora estamos todos no mesmo barco, em mar aberto. Os tripulantes estão a espera, urgente, urgentíssima, da competência dos comandantes para definir a direção a seguir. Estão todos empenhados na contribuição que podem dar no curso da história, não apenas agora, mas no futuro bem próximo. Isto é, nas urnas em 2006. Não é assim tão simples. Mas também não é tão subjetivo. Criemos o hábito da prática do referendo e quem sabe assim outros indicativos sirvam de lição a todos nós, pessoas comuns, públicas, pobres, ricos, artistas, simples mortais brasileiros.

A vitória do NÃO quer dizer SIM – só que por inteiro e não pela metade. É fato que haverá sempre os oportunistas de toda sorte para tentar deturpar bem dizeres. Mas sejamos otimistas, confiantes e perseverantes naquilo que objetivamente o Brasil precisa, o Brasil deseja, o Brasil merece: a PAZ.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Biocombustível para transporte coletivo

Biocombustível é a bola da vez no mercado mundial.Fuçando, na manhã desta sexta-feira, as últimas notícias na web, conferimos a novidade neste setor, segundo o portal ambientebrasil.
EXCLUSIVO: Deputado federal apresenta projeto de lei para que toda a frota de ônibus no país use biocombustível

O deputado federal Henrique Fontana (PT/RS) acaba de apresentar o Projeto de Lei nº 2.256/07, cuja linha básica é renovar e adaptar a frota de ônibus no país para a utilização de biocombustíveis. Em sua argumentação, ele destaca justamente as vantagens da troca para o meio ambiente, lembrando que os combustíveis fósseis emitem até 78% a mais de gás carbônico.
A idéia é que a adesão aos biocombustíveis se dê de forma gradual. “As empresas terão até dez anos para renovar em 100% a sua frota", explica o parlamentar. Devem se adaptar os veículos de transporte coletivo de passageiros que atuam em âmbito interestadual, interurbano, urbano ou metropolitano, ficando desobrigadas disso as pessoas físicas ou jurídicas que tenham até três veículos. "Tomamos o cuidado de estabelecer essa exceção à regra a fim de não inviabilizar a prestação de serviços por pequenos empresários ou empreendedores individuais, especialmente em localidades menores", afirma Fontana.
Quanto à receptividade das empresas, o deputado alega que várias delas, no país, já operam seus veículos utilizando biocombustível. “São experiências em alguns estados, como o Rio Grande do Sul, que mostram ser possível toda a frota brasileira utilizar o biocombustível”, disse ele a AmbienteBrasil. “Nosso projeto recém começou a tramitar e, certamente, vamos dialogar com todos os setores, inclusive com as empresas”, antecipa.

Por Mônica Pinto / AmbienteBrasil

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Visite o cliente

No mundo dos negócios um simples detalhe pode ser fatal. Segundo dados coletados pelo Sebrae Pernambuco, muitas empresas quebram por uma simples falta de comunicação permanente com o cliente, que pode ser feita através de uma visita, um e-mail, um telefonema, enfim...Um detalhe que poucos se apercebem ou dão valor. Ai temos que lembrar do velho Chacrinha: "Quem não se comunica se trumbica".

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Meu tempo é hoje

Salve a existência de documentários como "Meu Tempo é Hoje", dirigido por Izabel Jaguaribe - um retrato de Paulinho da Viola, sem dúvida um dos nossos maiores na musica popular brasileira. Assisti com um atraso de quatros anos - a película foi lançada em 2003 - mas não importa, o meu tempo é hoje e o que é bom a gente recomenda hoje, amanhã e sempre. Inclusive, oportunidade ímpar para conferir o talento do mestre violinista César Faria, pai de Paulinho da Viola, que morreu na noite deste sábado último aos 88 anos, no Rio.

A Flor e o Sol

O espetáculo é para a criançada, mas os adultos têm diversão garantida. A Flor e o Sol, em cartaz no Teatro Armazém, localizado no Bairro do Recife (claro, no Recife) merece ser vista. Cenário simples, mas inteligente. Bons atores, bom figurino e texto que faz até gente grande pensar. O arco-iris é a assinautra de Deus e a brisa nada mais é do que aquele personagem fofoqueiro que ninguem admite ser, se parecer, ou coisa que o valha na vida real - o famoso leva e traz, que pode ser do bem mas nem por isso deixa de ser fofoqueiro, sim!!!..

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Alagoas vive momento atípico


Apesar do aumento de 12% no número de trabalhadores formais, a população alagoana não tem muito o que comemorar. Há mais de dois meses os serviços públicos não funcionam e quando funcionam se arrastam: greve na saúde, greve na Polícia Civil, greve dos professores. Na última semana, o Governo Estadual anunciou corte no pagamento de benefícios do adicional noturno e insalubridade. Alega que erros detectados serão melhor apurados e para isso se faz necessário a suspensão do pagamento. Em Maceió, capital do Estado, servidores já reagem ao anúncio com manifestações pelas ruas. Alguns apostam na queda do senador Renan Calheiros, principal aliado do governador do Estado, Teotônio Vilela Filho. A ironia que se escuta nas ruas é que o governador está mais preocupado em salvar o Renan do que o próprio Estado - esteve mais em Brasília apoiando Renan Calheiros no Congresso Nacional, nos últimos dias, do que no Palácio Floriano Peixoto, local do seu gabinete.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Bienal sem "O Amor Não Tem Bons Sentimentos"


Apesar de ser uns dos autores mais respeitados da literatura nacional, quem procurou na Bienal, no Centro de Convenções, nesta terça-feira (09.10) pelo mais novo livro de Raimundo Carrero "O Amor Não Tem Bons Sentimentos", se deu mal e simplesmente voltou para a casa frustado. Consolo foi encontrar o autor, com o gás de sempre, ministrando sua oficina de literatura, no auditório Clarice Lispector, e circulando pela Feira com o carisma que lhe é peculiar.

domingo, 7 de outubro de 2007

Mario Quintana faz a diferença



Dia de sol, domingo, que ótimo! Nessa leveza vou ao "Encontro Marcado com Mário Quintana" (Livro de Araken Távora -1986). Para um domingo bom de verdade os dizeres do eterno, irônico e doce poeta fazem a diferença e ainda bem que o tenho sempre por perto. (A imagem ao lado è o próprio em Porto Alegre; RS, 1986, por Liane Neves - Acervo Centro de Memória Bunge).


"Eu sempre me apaixonei, mas paixão é incompatível com o amor...O apaixonado é ciumento, insuportável...O amor é um sentimento diferente, o amor é vivido a dois, sem conflitos..."


"Sempre que me perguntam por que nunca me casei, respondo com uma piada boba, mas essa piada, às vezes, causa efeito: digo que prefiro ser a esperança de muitas do que a desilusão de uma só..."


"A solidão é uma coisa necessária. É uma coisa do temperamento, não é? Eu não posso ficar muito tempo numa reunião, me dá vontade de sair. De vez em quando sinto necessidade de estar sozinho. Não que a minha companhia seja grande coisa, mas é a necessidade de estar sozinho".


Entre uma e outra prosa com o autor, Mário revela, ainda, ter se alistado como voluntário para seguir Getúlio Vargas, em outubro de 1930, quando deflagrada a Revolução - integrou-se ao Sétimo Batalhão de Caçadores, no Rio de Janeiro. "Por ordens do comandante Nascimento eu fazia o diário da tropa. Eu floreava! Era por encomenda...". Tempos depois, Mário volta a Porto Alegre e vai trabalhar na redação do Estado do Rio Grande, que, por ironia do destino acaba sendo fechado por determinação de Vargas.

"No céu é sempre domingo"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Pérolas da Fliporto

Enfim, a Fliporto não foi só desorganização, como já dissemos no domingo passado. Contou com o brilho, a competência, a inteligência e o conteúdo impagável dos seus convidados ilustres, entre eles Ariano Suassuna, Agualuza, Raimundo Carrero e Zuenir Ventura. Confiram algumas das pérolas que tivemos a oportunidade de ouvir desses senhores durante o evento em Porto de Galinhas, no último final de semana.

Dom Quixote, segundo Ariano Suassuna

Ariano Suassuna foi enfático ao defender o famoso e clássico personagem Dom Quixote das críticas de um jovem escritor, segundo ele, que o classificou (Dom Quixote) como um egoísta. Para Ariano, pode-se dizer tudo de Dom Quixote, menos que foi um egoísta. Era um ingênuo, impulsivo, alguem que , como herói, só pensava em ajudar o próximo. Às vezes de forma impulsiva, sem nem perguntar se aquela pessoa desejava a intervenção de Dom Quixote, mas egoísta o personagem, segundo ele, não era mesmo.

Segundo Raimundo Carrero

Tenho sido procurado por alunos de jornalismo que descobriram o instrumento do blog, dos sites. Mão vão até as oficinas (literárias) para aprender a escrever e eu não sei porque as universidades esqueceram de ensinar isso a eles.

Segundo Zuenir Ventura

Escrever é horrível, o bom é ter escrito.

Segundo Ariano Suassuna

O Brasil é um país barroco porque, além da herança portuguesa, vieram os negros e os índios. Aliás, na mesma ocasião, sugestão de Ariano:" O Recado do Morro" de Guimarães Rosa.